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Universal Orlando com autistas – O que saber antes de ir

Créditos/Foto:Paulo Basso Jr.
26/Julho/2024
Paulo Basso Jr.

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Para quem planeja ir à Universal Orlando com autistas, trago boas notícias: o complexo é muito bem preparado para receber pessoas neurodivergentes e conta com um protocolo prático, que facilita bastante a viagem, sobretudo com crianças e adolescentes.

Digo isso porque estive lá com meu sobrinho Bernardo, de 5 anos, que é diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os pais deles, Heitor e Milena, bem como a irmã Isabela, de 10 anos, e a Dani, minha esposa, também acompanharam.

Em um dia, visitamos os dois parques temáticos do grupo: a Universal Studios e a Islands of Adventure. Não é o ideal. O mais indicado é dedicar um dia a cada um deles, já que atrações não faltam por lá. O nosso calendário, porém, estava apertado, mas certamente dedicarei mais tempo ao complexo caso retorne. Mesmo porque vale muito a pena ir, também, ao Volcano Bay, o parque aquático da Universal Orlando.

Antes da viagem, fizemos um planejamento detalhado, acompanhado por profissionais, para que o Bê tivesse a melhor experiência durante o voo, a hospedagem, o transporte e, claro, a visita aos parques da Universal e a outros de Orlando. Aqui, eu conto todos os detalhes da preparação, que é fundamental para quem viaja com autistas.

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Universal Orlando com autistas

Quem pretende visitar a Universal Orlando com autistas deve começar o planejamento da viagem ainda no Brasil, a partir de 30 dias antes da visita aos centros de lazer. Neste período, a pessoa neurodivergente ou responsável, caso ela seja criança ou adolescente, deve adotar os seguintes passos.

Entrar neste site (en inglês) e requerer o Cartão de Acessibilidade Individual (IAC, sigla em inglês) do IBCCES, obrigatório para usufruir dos benefícios oferecidos a pessoas neurodivergentes nos parques da Universal.
Preencher o formulário com uma fotografia recente do titular, informações de contato e, em alguns casos, declaração médica (no caso do Bê, não foi solicitado laudo).
Indicar os parques que visitará: no caso, Universal Orlando.
Salvar a carteirinha no celular. Ela tem um código de barra, que você deverá apresentar nos centros de lazer, em Orlando.
Fora isso, vale a pena conferir o guia sensorial de atrações do complexo (em inglês), para saber onde a pessoa neurodivergente pode ir e antecipar a preparação.

Como funciona nos parques

Uma vez em Orlando, quando visitar a Universal Studios e a Islands of Adventure, você vai reparar que a maioria das atrações têm duas filas: uma normal e outra chamada Express, que é mais rápida – e cujo acesso é vendido para os visitantes regulares.

De posse da carteirinha do IBCCES, tudo que você precisa fazer é apresentá-la ao funcionário que cuida das filas. Ele ficará responsável por liberar o acesso ao titular e mais até três acompanhantes.

Importante: a pessoa neurodivergente tem que estar sempre junto e apta a brincar (tem que ter a altura mínima, por exemplo). Do contrário, todos perdem o benefício da fila rápida. Afinal, ele é voltado para ela.

Não é obrigatório, mas na primeira atração que o Bê foi, seu pai foi orientado a ir ao Guest Relations, apresentar a carteirinha do IBCCES e solicitar o Attractions Assistance Pass (AAP). Em tese, esses passe facilitaria a identificação por parte dos funcionários. Como a fila estava grande, porém, acabamos deixando para lá e não tivemos problemas ao longo do dia.

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Universal Studios

A Universal Studios tem ao menos duas áreas que divertem as crianças e foram perfeitas para o Bernardo. A primeira é a Minion Land, palco de atrações como Illumination’s Villain-Con Minion Blast, na qual você deve usar uma arminha em cenários imersivos, e o simulador Despicable Me Minion Mayhem.Depois de conferir ambas e ver alguns personagens de Meu Malvado Favorito, o Bê passou dias repetindo que queria ir aos “minions”. É preciso lidar com isso, mas no nosso caso, pelo menos, foi bem tranquilo.

O outro espaço que ele adorou foi a DreamWorks Land, recentemente inaugurada. O local conta com uma montanha-russa infantil inspirada nos Trolls, brinquedão, áreas de encontro com personagens, como Shrek, e uma vila com tema de Kung-Fu Panda, na qual há playgrounds molhados.

Foi fundamental passar um tempo por lá, porque o Bê estava começando a desregular por conta do calor e, quando se viu de sunga em meio aos splashes d’água, voltou a se divertir.

Isso foi suficiente para que ele ficasse tranquilo enquanto a Bela, sua irmã, passasse algumas horas “fazendo mágicas” com a varinha que comprou na área The Wizarding World of Harry Potter – Diagon Alley. Ela adorou o simulador do espaço, chamado Harry Potter and the Escape from Gringotts.

A Universal Studios tem diversas outras atrações incríveis, que você confere aqui. Para ganhar tempo, porém, priorizamos tudo que agradava mais as crianças.

Quiet Room

Bem na entrada da Universal Studios tem uma Quiet Room. Ela fica ao lado esquerdo das catracas, junto ao posto de atendimento médico do parque.

A sala, que conta com ar-condicionado, poucos elementos visuais e é silenciosa, é voltada para pessoas neurodivergentes que venham a desregular e precisam de um espaço para descansar. Tivemos sorte e não precisamos ir com o Bê até lá, mas visitei e gostei muito de poder contar com esse tipo de assistência.

Islands of Adventure

Depois de aproveitar a Universal Studios, a própria Bela convidou o Bê para pegar o Hogwarts Express (trem cujo acesso é liberado apenas para quem tem o ingresso Park-to-Park, que permite visitar dois parques no mesmo dia) rumo a Islands of Adventure, onde tem outro espaço dedicado a Harry Potter, o Hogsmeade.

É lá, inclusive, que fica o Castelo de Hogwarts. Isso sem contar, em outras áreas, experiências inspiradas em super-heróis da Marvel e dinossauros. A montanha-russa mais irada de Orlando para mim, por exemplo, é a Jurassic World VelociCoaster, que fica neste parque.

Achei que iríamos embora após o show The Nighttime Lights at Hogwarts Castle, que ilumina o castelo do Harry Potter à noite, mas que nada. Já era quase 22h quando cheguei com o Bê à área infantil Seuss Landing e ele quis ir a, pelo menos, mais três atrações. E só não rolou mais porque o parque fechou. Sucesso.

Conclusão

No dia que visitamos a Universal, o Bê se manteve regulado a maior parte do tempo, o que não aconteceu em outros momentos da viagem – confira aqui. É preciso, porém, estar preparado para tudo quando se vai a Orlando com autistas, inclusive frustações. Evitar meses quentes, usar recursos visuais para informar tudo que acontecerá e manter uma rotina de alimentação, por exemplo, são fatores preponderantes para que a viagem dê certo.

Estou aprendendo cada vez mais sobre o tema e sei bem que, infelizmente, por muitos motivos, nem todas as famílias com pessoas neurodivergentes têm condições de fazer uma viagem como esta, mas para as que podem, minha avaliação a respeito dos serviços de acomodação oferecidos pela Universal Orlando é muito positiva.

O que você precisa saber antes de ir a Orlando

Orlando com autistas - O que você precisa saber antes de ir — Fachada do espaço que abriga a Quiet Room, na entrada da Universal Studios

Links úteis – Universal Orlando

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De quebra, vale a pena comprar um pouco de dinheiro do país que você visitará. Pode ser em espécie ou em cartão, mas não viaje sem nada.

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