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SeaWorld com autistas – O que você precisa saber antes de ir
- Créditos/Foto:Paulo Basso Jr.
- 26/Julho/2024
- Paulo Basso Jr.
Viajei com meu sobrinho Bernardo, de 5 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), para Orlando. No grupo, estavam seus pais, Heitor Siqueira Piffer e Milena Teves, a irmã Isabela e minha esposa, Dani. Ali, tivemos a oportunidade de vivenciar, na prática, os protocolos do SeaWorld com autistas. Afinal, o parque é tido como um dos melhores do mundo na acomodação de pessoas neurodivergentes.
Antes da viagem, peguei algumas dicas com Andréa Werner, deputada estadual, autista, mãe de autista e ativista na causa PcD há mais de uma década. O bate-papo você confere aqui.
Ela esteve com o filho, Theo, em Orlando, justamente a convite do SeaWorld. “Foi uma ocasião inesquecível. O Theo gostou muito de todo o passeio, de não pegar fila para brincar e de contar com toda a rede de assistência disponibilizada”, diz.
Com o Bê, como a família o chama, tive a oportunidade de ver tudo isso na prática e já adianto que ele também amou a experiência. O protocolo de acessibilidade do SeaWorld é amplo e pouco burocrático, inclui uma área certificada e oferece diversos benefícios, além de um guia sensorial de atrações em português. Aqui, vou contar o que você precisa fazer para requisitá-los.
Antes de seguir em frente, vale a pena dar uma olhada neste artigo, no qual relato alguns dos cuidados que podem ser tomados antes da viagem, inclusive com dicas em relação ao voo. Afinal, este é um dos momentos mais temidos pelas famílias que viajam com pessoas neurodivergentes.
SeaWorld com autistas
Para usufruir do programa de acessibilidade do SeaWorld, assim que entramos no centro de lazer, fomos orientados a ir ao Guest Relations (Centro de Visitantes) e perguntar pelo Ride Accessibility Program (RAP). Não foi preciso apresentar qualquer tipo de laudo, mas o funcionário fez alguns questionamentos básicos em relação às condições do Bernardo.
Por ser criança, mediram a altura dele e entregaram aos pais um papel com todas as atrações que o Bê, acompanhado por até cinco pessoas, estaria apto a ir com acesso prioritário, via as filas rápidas chamadas por lá de Quick Queue.
Ali, deixaram claro que, nas atrações em que a pessoa neurodivergente não pudesse (por não ter altura mínima, por exemplo) ou não quisesse ir, os acompanhantes não teriam qualquer tipo de benefício. A proposta é sempre ajudá-la diretamente, o que soa justo.
Além disso, avisaram que o sistema funcionaria assim: caso a fila estivesse com mais de meia hora, o funcionário na entrada da atração anotaria no papel entregue no Guest Relations o horário em que o grupo poderia voltar e brincar sem ter de esperar. Se estivesse mais rápida que isso, a entrada na fila rápida seria liberada instantaneamente (o que aconteceu na maioria dos casos) e bastaria aguardar a vez.
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Filas rápidas
Nossa primeira experiência foi na atração Infinity Falls, um bote que encara correntezas e algumas quedas d’água. Como a fila regular estava com 85 minutos, o funcionário pediu para voltarmos dali meia hora, deixando tudo devidamente anotado no papel.
Aproveitamos para comer algo, pois já era a hora do almoço habitual do Bê (é bem importante manter a rotina). Seus pais tinham preparado uma marmita com o que ele está acostumado a comer, com a qual entramos sem problemas no parque.
Já na hora de brincar, o Bê se divertiu à beça. Muitos autistas gostam de água, e o caso dele não é diferente. Ele saiu ensopado e riu tanto que se tornou a estrela do bote. Um americano que estava sentado ao meu lado adorou toda a cena e brincou bastante com a família. Começamos muito bem.
Fã de experiências com velocidade, o Bê também se divertiu bastante na Penguin Trek, a nova montanha-russa familiar do parque, que tem uma boa dose de radicalidade e termina em uma área gelada, onde dá para ver pinguins.
Já nas montanhas-russas maiores, como a Manta, a Mako ou a Pipeline: The Surf Coaster, que imita ondas de surf e na qual todos vão em pé, ele não pode ir. Eu, porém, fui em todas e adorei. Para não ficar muito tempo nas filas e longe da família, usei passes Quick Queue que podem ser adquiridos aqui.
Área certificada
O locam que passamos mais tempo, e que o Bê adorou, foi a Sesame Street Land. Trata-se de uma área infantil com diversas atrações, incluindo uma pequena montanha-russa, gira-gira, brinquedão, trenzinho, playground com splash e muito mais.
Colorido e com pontos para encontrar personagens da Vila Sésamo, como a Julia, que é autista, o espaço é tão preparado que recebeu do Conselho Internacional de Padrões de Credenciamento e Educação Continuada (IBCCES, sigla em inglês) a designação de Centro de Autismo Certificado (CAC).
Para isso, a Sesame Street Land. conta com equipes treinadas para interagir com as famílias e crianças que se enquadram no espectro autista, locais de baixo estímulo, guias sensoriais na entrada das atrações e até mesmo uma sala de descompressão.
Quiet Room
Comumente chamada nos EUA de Quiet Room, a sala de descompressão consiste em um espaço silencioso, com ar-condicionado e poucas informações visuais, para que as pessoas neurodivergentes possam descansar e se regular.
A da Sesame Street Land fica atrás do espaço Rosita’s Harmony Hills, próxima da entrada da montanha-russa infantil Super Grover’s Box Car Derby. Há placas de sinalização na área que apontam para lá.
Quando passamos por lá, a sala estava vazia. Silencioso e com ar-condicionado, o espaço conta com um pouf, alguns bancos, um quadro e uma plataforma onde as crianças podem brincar. Felizmente o Bê estava bem e não precisamos usar, mas a sala pareceu bastante adequada.
Aquatica
Aproveitamos a visita ao SeaWorld para, no dia seguinte, irmos também ao Aquatica, parque aquático que pertence ao mesmo grupo e fica na vizinhança. Quem adquire ingressos para ambos, inclusive, tem descontos, assim como ocorre com outros centro de lazer da United Parks & Resorts, como o Discovery Cove, que também fica ali do lado, e o Busch Gardens, na vizinha cidade de Tampa.
Muita gente tinha comentando comigo que que as pessoas neurodivergentes costumam adorar parques aquáticos, e de fato o Bê se deu bem por lá. O local, que também conta com Quiet Room, bem como toboáguas enormes, lazy rivers e playgrounds molhados, é perfeito para quem deseja relaxar da bateção de perna dos parques convencionais e se refrescar no forte calor da Flórida.
Registro para os benefícios
Uma vez no Aquatica, foi preciso ir novamente ao Guest Relations, mas como todos já tinham sido inscritos no SeaWorld, o processo foi rápido (a fila para chegar à atendente, porém, nem tanto).
Mais uma vez, foi liberado ao Bê o acesso a filas rápidas, com a possibilidade de ele ser acompanhado por até cinco pessoas. Para isso, foram distribuídas pulseirinhas: a dele era vermelha, e a dos demais, brancas (caso a pessoa tenha alguma sensibilidade ao acessório, é possível solicitar outras formas de identificação). Na hora de brincar, também era preciso que ele sempre estivesse junto.
Atrações
As principais atrações do Aquatica contam com informações sensoriais bem sinalizadas na entrada (elas também aparecem em mapas espalhados pelo parque), que também podem ser conferidas aqui. Entre as que mais encantaram o Bê destacam-se o brinquedão com balde d’água Walkabout Waters, um pequeno toboágua vermelho (a cor exerce forte influência nele) no espaço infantil Turi’s Kid Cove e a piscina de ondas.
Ele passou o dia todo bem e só ficou ansioso algumas vezes quando, de tempos em tempos, a ondulação da piscina principal cessava e as águas represavam. Afinal, só queria saber de bagunça, pouco se importando com o fato de o parque, naquele dia, estar bem cheio.
Isso, porém, não vale para todo mundo, como explica a fonoaudióloga do Bê, Letícia Sena, que é analista do comportamento e fundadora do Instituto Índigo, criado para desenvolver crianças e adolescentes neurodivergentes.
“Aconselho que os pais ou responsáveis alinhem as expectativas ao que a criança ou o adolescente “dá conta” naquele momento. Se ficam incomodados com lugares excessivamente lotados, é mais prudente evitá-los e aceitar isso do que enfrentar situações que possam ser desafiadoras. Viagens são para relaxar e se divertir. Logo, devem ser prazerosas para todos”, recomenda Letícia.
Conclusão
O saldo da visita ao SeaWorld e ao Aquatica foi muito positivo. Estivemos também em outros parques de Orlando, como você confere nesta reportagem, e todos são muito bem estruturados.
Esses dois, porém, se encaixaram direitinho nos interesses do Bê e da família. Em ambos, todos se divertiram e deu para ver que os cuidados com pessoas neurodivergentes são, efetivamente, levados a sério.
Quanto custa o ingresso do SeaWorld
É possível comprar ingressos individuais do SeaWorld ou pacotes promocionais que incluem o Busch Gardens, o Aquatica ou o Discovery Cove. Há combos que incluem dois, três ou os quatro parques do grupo United Parks & Resorts, sempre com descontos e possíveis vantagens adicionais, como visitas ilimitadas durante 14 dias consecutivos e a possibilidade de repetir os parques.
É possível, ainda, incluir o plano de alimentação – que oferece refeições completas a cada 90 minutos, em alguns desses combos. Crianças menores de três anos não pagam.
Os valores de todas as opções variam de acordo com a época do ano. Por isso, vale a pena fazer as pesquisas com antecedências em agências como a Just Travel, parceira do Rota de Férias.
O que você precisa saber antes de ir a Orlando
Links úteis SeaWorld Aquatica
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