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Dobre a ponta da América do Sul e veja pinguins na Patagônia

  • Créditos/Foto:Paulo Basso Jr.
  • 05/Agosto/2017
  • Paulo Basso Jr.

Mais do que olhar, o grande barato de se navegar pela Patagônia é a possibilidade de fazer expedições naquelas terras tão distantes. Os desembarques diários inseridos na programação do navio Stella Australis, por exemplo, são realizados em botes infláveis e levam até a base de geleiras e a ilhas habitadas por pinguins.

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O processo de descida é quase uma operação de guerra, rápida e organizada. Quando o aviso para o início do desembarque é passado pelo sistema de alto-falante do navio, cada passageiro começa a vestir a roupa certa para encarar o frio do lado externo. Isso significa colocar jaqueta e calça –impermeáveis, de preferência –, luvas, gorro e tênis de caminhada. O navio fornece botas de borracha para quem quiser. Por cima de tudo, vai o colete salva-vidas. E a vontade de se aventurar.

Devidamente trajados, os grupos são divididos conforme o idioma que compreendem melhor, e assim conduzidos aos botes motorizados que os levarão às ilhas. Os guias, geralmente, são biólogos bilíngues, que falam espanhol e inglês e acompanham pequenas turmas, fornecendo explicações e curiosidades sobre a fauna e flora local.

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Cabo de Hornos, o ponto extremo da América do Sul

Tanto na rota Ushuaia-Punta Arenas quanto na inversa pela Patagônia, o Stella Australis avança até o lendário Cabo de Hornos, a última pontinha de terra da América do Sul, descoberto em 1616 pelo marinheiro holandês Willen Schouten. O lugar ficou marcado pelo sem-número de histórias de naufrágios, pois muitas embarcações que tentaram dobrá-lo no passado foram a pique surpreendidas pelos ventos fortíssimos que elevam ondas de até 15 metros de altura na região.

Mas, fique calmo. No período do ano em que o navio alcança o local, esse risco não acontece, apesar de o mar por lá estar sempre agitado, o que pode provocar maresia em alguns passageiros. Se os ventos permitirem (e o estômago também), dá para descer, por volta das 6h da manhã, na Ilha de Hornos, onde instalaram um farol para orientar os navegadores.

Uma escadaria de madeira, com 106 degraus, leva até o platô no alto da ilha. Ali, passarelas conduzem ao farol e a um monumento de bronze com desenho vazado que remete a uma gaivota. O passeio vale mais pela simbologia do lugar do que pelas atrações naturais.

Entre geleiras e pinguins

Nas outras paradas do cruzeiro pela Patagônia, a descida é mais garantida. É o caso da Baía Wulaia, onde é possível fazer um trekking leve rumo ao topo de um pequeno morro. De lá, tem-se uma vista panorâmica dos impecáveis fiordes patagônicos.

Outro desembarque é realizado, no dia seguinte, no Glaciar Águila, uma imponente geleira que se descortina no alto de um morro e que é alcançada depois de uma caminhada pela praia em meio ao vento gelado.

Divulgação
Excursão de bote do Stella Australis leva até as geleiras da Patagônia

 

Para esquentar, ainda dá para curtir um uísque no fim do passeio, servido pela equipe do navio num um copo com pedras de gelo tiradas diretamente de algum glaciar. Para quem não curte bebidas alcoólicas, a equipe do Stella Australis providencia chocolate quente. Tudo isso antes de entrar nos botes e retornar à embarcação.

A excursão mais emocionante realizada durante a viagem, porém, é a que explora a Ilha Magdalena, no último dia do trajeto Ushuaia-Punta Arenas. O local é frequentado por uma colônia de 140 mil pinguins magalhânicos.

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Como o chão da ilha é cheio de ninhos, há uma trilha demarcada que deve ser seguida do ponto de desembarque na praia até um bucólico farol, que fica no alto do morro. Os animais, simpáticos que só eles, não têm medo, tampouco se incomodam com a presença das pessoas, que chegam a ficar a menos de um metro deles. Daria até para tocá-los, caso não mordessem, como é informado à exaustão pelos guias do Stella Australis.

A visita à Ilha Magdalena, realizada na primeira hora depois que o sol dá as caras, é rápida, para tristeza de alguns passageiros. Algumas vezes, é preciso até correr um pouco para voltar a bordo antes de os ventos ficarem mais fortes. Mas é o suficiente para voltar para casa apaixonado pela Patagônia

Obs; trecho de reportagem publicada originalmente na revista Viaje Mais Luxo


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