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Do primeiro carro do mundo a modelos clássicos: conheça o Museu da Mercedes, na Alemanha
- Créditos/Foto:Paulo Basso Jr.
- 24/Dezembro/2017
- Paulo Basso Jr.
Localizado em um prédio moderno, que lembra um capacete prateado, o Museu da Mercedes é a principal exposição automotiva permanente da Alemanha e um dos maiores pontos turísticos de Stuttgart, no estado de Baden-Württemberg. Com uma mostra inteligente que revela a evolução dos carros diante de uma linha do tempo, o museu fundado em 2006 conquista fácil os fãs de automóveis e até mesmo quem não liga para eles.
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Do lado de fora do prédio de oito andares há sempre alguns Mercedes-Benz expostos, em geral clássicos das últimas décadas, mas esse é apenas o aperitivo para o que se encontra lá dentro. Após passar pela recepção, onde se adquire o ingresso (também vendido online), o visitante é encaminhado para uma estação de distribuição de audioguias. Há diversos idiomas disponíveis, como inglês e espanhol, mas não existe a opção em português.
Dali, todos são direcionados a um elevador que parece uma cápsula e leva ao último andar, onde o tour começa para valer. A mostra é apresentada em sentido espiral, então basta ir circulando o prédio para conferir a história cronológica dos veículos da marca e, nas paredes opostas, relatos sobre o que acontecia no mundo enquanto eles eram fabricados. O audioguia funciona automaticamente conforme você muda de salão ou se aproxima dos itens mais importantes.
O primeiro carro do mundo
Logo no começo do trajeto há uma plataforma que se move de forma circular. Nela está o primeiro automóvel realmente movido por um motor de combustão interna, com três rodas, inventado por Karl Benz em 1885 (ele foi batizado de Benz Patent-Motorwagen e atingia 16 km/h); um motor de um cilindro movido a gás desenvolvido no mesmo ano por Gottlieb Daimler e seu amigo Wilhelm Maybach; e o primeiro automóvel de quatro rodas movido pelo propulsor, que foi montado sobre uma carroça. Ao se aproximar do motor, que se parece com um relógio de parede, é possível escutar, por meio de sons reproduzidos em um autofalante, o barulho que ele emitia.
Logo em seguida o visitante descobre o significado da estrela adotada como símbolo pela montadora. As três pontas indicam que o interesse de seus fundadores era motorizar o céu, a terra e o mar. Não à toa há barcos e aviões no museu, alguns deles produzidos para uso bélico.
De volta aos carros, surge o primeiro modelo com nome Mercedes, batizado assim em homenagem à filha de Emil Jelinek, o cônsul da Áustria em Nice, na França, que revendia aos montes os carros da Daimler fabricados em Stuttgart. Assim, em 1901 surgiu o primeiro Daimler-Mercedes. Anos mais tarde, em 1926, a marca se fundiria à Benz, dando origem finalmente à Mercedes-Benz.
Conforme segue caminhando pelos andares do museu, o visitante encontra uma joia atrás da outra, como o primeiro ônibus (desenvolvido por Benz em 1895), o primeiro carro que passou dos 100 km/h, o primeiro caminhão a diesel e limusines fabricadas a mão.
Não demoram a aparecer ícones como o Rennwagen W25, de 1934, mais conhecido como Flecha de Prata, e o mítico 300SL, de 1954, que ficou conhecido como Asa de Gaivota pelas portas que, por um erro de projeto, só puderam ser abertas para cima. Há ainda áreas dedicadas a carros econômicos, modelos atuais e protótipos, inclusive de carros elétricos.
Coleções da Mercedes
Quase todos os andares do Museu da Mercedes em Stuttgart guardam uma sala anexa com coleções. Há uma de veículos de transporte público, por exemplo, onde é possível ver o primeiro modelo de ônibus de dois andares futuramente adotado em massa por Londres, na Inglaterra.
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Outro espaço traz veículos de utilidade pública, como caminhões de bombeiros e ambulâncias. E ainda há uma área especial com modelos de famosos, como Princesa Diana, Nicolas Cage, François Mitterrand e um Xá da Pérsia, bem como um Papa Móvel usado por João Paulo II e o ônibus oficial da seleção de futebol da Alemanha na Copa do Mundo de 1974.
No final do trajeto, já no segundo andar, dá-se de cara com uma plataforma curvada onde estão os modelos de corrida mais famosos fabricados pela Mercedes-Benz, expostos como se estivessem em uma corrida. Há bólidos do início do século e lindas máquinas campeãs de Fórmula 1. Em uma delas, no lugar do nome do piloto, está escrito #keepfightingmichael, numa homenagem a Michael Schumacher.
Por conta de todas essas atrações, vale a pena separar entre três e quatro horas para visitar o Museu da Mercedes. Isso sem contar o tempo gasto na lojinha da saída, com diversos acessórios e miniaturas à venda. Há ainda um bom bistrô no prédio, que fica em frente à Arena Mercedes, o moderno estádio onde o time de futebol da cidade, o Stuttgart, se apresenta.
Serviço: O Museu da Mercedes funciona de terça a domingo, das 9h às 18h. Ingressos a partir de 10 euros. Fica a cinco minutos de caminhada da estação de S-Bahn (trem rápido) Neckarpark, em Stuttgart, na Alemanha.