É provável que muitas pessoas sequer tenham pensado nisso, mas conhecer um lugar novo enquanto os filhos ou o cônjuge estudam no exterior pode ser uma experiência e tanto. Em um intercâmbio familiar, cursos de inglês e atividades interativas podem ser programadas para agradar a todos, além de proporcionar a imersão em cultura e costumes diferentes dos que existem no Brasil.
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Vivência do intercâmbio familiar
Em 2016, Kenia Fiúza passou cerca de sete meses no Canadá com a família. Ela conta que o marido estava interessado em estudar fora do país e, dessa forma, viu uma oportunidade e tanto para acompanhá-lo com as duas filhas. “À época, a mais nova tinha de sete para oito anos, e a mais velha, de 11 para 12. Para elas, optamos por uma escola com uma grade que pudesse ser aproveitada no ano letivo brasileiro.”
Kenia explica que avaliou diferentes destinos para a experiência imersiva e escolheu o Canadá pela receptividade com estrangeiros. “Trata-se de um país multicultural, que aceita bem os imigrantes. Na escola, por exemplo, as minhas filhas foram tratadas como alunas locais e não como estrangeiras.”
Kenia também conta que, ao chegar em Victoria, cidade da Colúmbia Britânica, ela e as meninas passaram duas semanas frequentando atividades em centro comunitários. Dessa forma, puderam imergir com mais facilidade na cultura local e, consequentemente, se adaptar à nova língua.
“No pacote que eu fechei no Brasil, além das aulas de inglês, às terças e sextas-feiras eu participava de cursos a respeito da tradição e da culinária canadense nos centros comunitários da cidade”, afirma Kenia. Segundo ela, foram essas experiências que, de fato, tornaram completos os sete meses de intercâmbio familiar no Canadá.
Frutos, aprendizados e pontos de atenção
A aproximação da família e o convívio com diferentes situações foram as principais lições aprendidas pelas filhas, segundo Kenia. “Tivemos a oportunidade de nos aproximar de culturas que não faziam parte do no nosso cotidiano no Brasil. Além disso, percebi que as meninas amadureceram com qualidade e desenvolveram um senso de responsabilidades maior do que tinham antes de viagem. De quebra, aprenderam inglês.”
Durante a permanência no Canadá, a família ficou em uma casa alugada via internet. Para Kenia, essa foi uma das partes da experiência mais difíceis de resolver. Isso porque, antes de viajar, ela tinha escutado muitas histórias a respeito de golpes aplicados em quem fazia intercâmbio.
“Outro impasse que tínhamos que enfrentar era o custo elevado de vida na costa oeste canadense. Mas, por sorte, encontrei uma pessoa no Facebook que se prontificou a visitar uma casa que cabia no nosso orçamento e me auxiliou no processo. Foi muito bacana, pois acabei encontrando-a em Victoria depois, formando uma nova amizade.”
Kenia destaca três principais pontos que devem ser levados em consideração por quem tem interesse em fazer um intercâmbio familiar, seja longo como o dela ou mesmo em um período mais curto. “Acho importante fazer um planejamento prévio para evitar contratempos na viagem, prever bem os gastos do período em que estará fora e pesquisar bastante a respeito do local em que a família pretende ficar”, aconselha
Saber lidar com a distância e saudade são outras questões fundamentais. “Victoria é um pedaço do paraíso na terra. Entretanto, estávamos apenas nós quatro lá. No Natal, por exemplo, fomos a uma estação de esqui, sem o restante da nossa família. É importante saber lidar com essas situações”, comenta Kenia.
Intercâmbio familiar: quanto custa
A agência de viagens CI – Central de intercâmbio é uma das que oferece pacotes para a experiência em família fora do Brasil. Gabriela Pereira, gerente de produtos da empresa, conta que a idade mínima para participar das atividades em escolas fora do país é de cinco anos. “Em Londres, por exemplo, aceitam apenas crianças a partir dos sete anos.”
É recomendado às famílias se hospedarem em casas ou hotéis, geralmente anexos à própria escola em que irão estudar. Gabriela comenta que, quando o grupo é maior, a segunda opção torna-se mais fácil pela quantidade de acomodações. Além disso, os domingos geralmente não tem programação, o que permite aos viajantes passearem pela cidade escolhida e explorarem os arredores.
A gerente de produtos da CI citou dois destinos entre os mais indicados para quem deseja fazer intercâmbio familiar: Londres, na Inglaterra, e Boston, nos Estados Unidos. Em opção full package (curso, acomodação em casa de família e passeios), o intercâmbio para três pessoas, durante duas semanas, custa a partir de 1.572 libras na cidade britânica. Sem aéreo.
Para os Estados Unidos, pacotes semelhantes têm valor a partir de US$ 5.700. Nesse caso, a acomodação se dá no hotel da própria escola. Caso a família já tenha onde ficar, é possível adquirir apenas os cursos, o que pode baratear bastante a experiência.