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Entenda porque a guerra na Ucrânia fará o preço das passagens aéreas aumentar
- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 28/Março/2022
- Opinião
*Por Leonardo Bastos, CEO da Kennedy Viagens Corporativas
Passada a crise provocada pela pandemia do covid-19, as companhias aéreas estão sofrendo uma nova dificuldade por conta do preço do querosene de aviação (QAV), na esteira do aumento do petróleo impulsionado pela guerra na Ucrânia.
No ano passado, quando o petróleo subiu 54%, o combustível teve um reajuste de 76,2% no preço. Para níveis de comparação, o diesel teve 56% de aumento, a gasolina, 42%, e o GLP, 36%. Neste momento, com o petróleo registrando uma alta de 45% no acumulado de 2022, existe a tendência de que as empresas elevem os preços das passagens e também tenham de reduzir as operações para conseguir atravessar esse período.
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Guerra na Ucrânia
O que acontece é que o combustível do avião representa 25% do custo de um voo. Isso significa que, se esse produto aumenta, gera um impacto diretamente no preço final das passagens aéreas.
Essa alta provém muito da guerra entre Rússia e Ucrânia. A Rússia é um país de grande importância geopolítica, grande o suficiente para que os efeitos provoquem sequelas nos negócios da aviação e demais segmentos.
Os principais impactos causados na aviação, em um primeiro momento, são o aumento na tarifas de combustível, a desestabilização do câmbio e a escalada do preço de commodities relevantes para a indústria, como o titânio, que é necessário para a fabricação de aviões.
Diante disso, haverá aumento nas tarifas aéreas – além de outros reajustes, como já vimos com as bagagens da Latam, que sofreram acréscimo em 14 de março. Mas sabemos o que as empresas podem fazer visando já esse horizonte de 2022?
Negociação com os fornecedores aéreos
O aumento de custo ocorrerá em todas as companhias aéreas, que continuarão com as margens “apertadas”. Com o acréscimo do valor da passagem, cai a quantidade de pessoas interessadas em utilizar este serviço. Com isso, os grupos tendem a “brigar” cada vez mais por share, em virtude da diminuição da demanda.
Graças a isso, as companhias aéreas tendem a incentivar mais ainda a venda de passagens para empresas, com o objetivo de aumentar seu market share. Para isso, devem conceder um desconto em troca de participação, ou seja, preferência de compra.
Essa é uma prática comum no mercado, que deve ser potencializada neste momento em que a demanda será menor do que a projetada. Para quem tem uma agência de viagens, por exemplo, esse é o momento de tentar um acordo corporativo.
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Antecedência de compra
Sem dúvidas, aqui é onde haverá bastante impacto no custo da passagem aérea. O motivo? A precificação da companhia é baseada na antecedência vs % vendido.
Imagine um voo específico que acontecerá daqui a seis meses. O sistema faz a seguinte análise: quantos % deveria ter vendido com essa antecedência? Vamos imaginar que seja 10%. Se a aérea vendeu apenas 8%, ela tende a precificar a passagem mais barata, para que chegue mais rápido ao orçamento previsto.
Agora, se seis meses antes do voo a companhia vender 15% dos assentos, por exemplo, o preço da passagem será mais caro. Essa precificação é realizada de forma automática por algoritmos e vale para todos os voos disponíveis.