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Conheça o caminho das malas no aeroporto de Guarulhos
- Créditos/Foto:Shutterstock.com
- 26/Fevereiro/2018
- Maria Beatriz Vaccari
Cerca de cinco quilômetros de esteira, janelas virtuais, cinco etapas de segurança e tobogãs. Basicamente, essa é a rotina de uma mala que é despachada em algum check-in do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
O Rota de Férias visitou os bastidores do local e descobriu tudo que acontece no caminho das malas até o avião.
Início do caminho das malas no aeroporto
O caminho das malas no aeroporto começa quando a bagagem é colocada em uma pequena esteira do check-in, que também é uma balança. Depois que o passageiro responde algumas perguntas de segurança e garante que não está carregando itens como armas e explosivos, a mala é liberada pela companhia aérea e segue para outra esteira.
A bagagem só será depositada nessa segunda esteira no momento certo. Isso porque ela conta com o que é definido como janelas virtuais, espaços dentro da própria esteira em que as malas são encaixadas. As janelas virtuais ajudam o centro de controle operacional do aeroporto a identificar a bagagem até o final do processo e garantir que ela chegue ao local certo.
Muitas vezes, os viajantes percebem, durante o check in, que suas malas estão demorando para sair da esteira com a balança rumo à esteira seguinte. Isso acontece porque, provavelmente, naquele momento o sistema está esperando uma janela virtual livre para posicionar o item.
Etapas de segurança
Nível 1
Logo no começo do longo caminho de esteiras, todas as bagagens passam por um equipamento de raio-x. A máquina é equipada com um algoritmo personalizado, capaz de detectar formatos suspeitos, como os de armas e facas.
Se o aparelho não achar nada que aparente ser perigoso, a bagagem sobe para uma esteira, que leva ao final do processo. Caso seja encontrado algo duvidoso, a mala desce para um outro caminho e segue para o nível 2.
Nível 2
Longe das esteiras, um grupo de funcionárias fica responsável pelo segundo nível de segurança do caminho das malas no aeroporto. As imagens suspeitas coletadas pelo raio-x são enviadas para essas profissionais, que são treinadas para definir se a bagagem está liberada para seguir até o avião ou se deve ser enviada ao nível 3.
O processo precisa ser rápido, já que as especialistas têm apenas 30 segundos – tempo que a mala tem na esteira antes de chegar à divisória que leva ao terceiro nível – para analisar a imagem e apertar os botões de liberação ou retenção (um verde e outro vermelho).
Os itens da mala podem ser exibidos em três cores: azul para metais, laranja para orgânicos e verde para uma mescla dos dois primeiros. Vale destacar que, por ser um trabalho repetitivo, o sistema envia uma série de testes para garantir que as profissionais estão atentas o tempo todo.
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Nível 3
No nível 3, as bagagens passam por um tomógrafo. O aparelho, semelhante aos encontrados em hospitais, analisa o conteúdo das malas com mais calma e precisão. Assim como o raio-x, ele é equipado com um algoritmo que detecta objetos suspeitos.
Caso o tomógrafo constate que a bagagem não carrega nada que ofereça risco, a mala é encaminhada normalmente ao avião. Se a máquina identificar algum objeto duvidoso, é hora de ir ao nível 4.
Nível 4
O quarto nível de segurança acontece na mesma sala do nível dois. Agora, as profissionais conseguem analisar detalhadamente o material captado pelo tomógrafo. A grande vantagem é que o aparelho cria imagens tridimensionais e permite desmembrar o conteúdo das malas em camadas.
Após analisar a imagem com calma, as especialistas decidem se a bagagem está liberada ou se deve ir ao último nível de segurança do processo.
Nível 5
O nível 5 consiste no processo de reconciliação. O passageiro dono da mala será convocado e deverá ir a um local específico para abrir a mala junto à Polícia Federal. A partir daí, o viajante precisa esclarecer a presença de qualquer material perigoso em sua bagagem e, se necessário, descartá-lo.
Fase final
Todas as malas que passam pelos processos de segurança e são liberadas seguem para uma esteira em espiral, que conta com uma série de “tobogãs”. Cada um deles pertence a uma companhia aérea.
Assim que a janela virtual chega ao “tobogã” que corresponde à empresa aérea e ao voo do passageiro dono da mala, a esteira é reclinada. A bagagem então desliza pelo “escorregador” e é retirada por um profissional da companhia.
Depois, os volumes são armazenados em contêineres, que são puxados por carrinhos e levados até o bagageiro da aeronave. E, enfim, seguem para o destino final.