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O que fazer em Belfast, na Irlanda do Norte
- Créditos/Foto:Divulgação
- 12/Dezembro/2018
- Paulo Basso Jr.
Os lugares mais fotografados de Belfast ainda se referem ao conflito entre separatistas católicos e unionistas anglicanos que assolou a Irlanda do Norte no século 20. Há uma série de edifícios com pinturas enormes que retratam cenas do conflito e, felizmente, apelos que ratificam o processo de paz que toma conta da região há anos.
Por outro lado, um muro, também repleto de grafites e ironicamente chamado de Peace Wall (Muro da Paz), ainda separa bairros católicos de protestantes. Ele permanece aberto durante todo o dia, mas alguns portões são fechados durante a noite e deixam claro que ainda existe segregação.
O feriado de St. Patrick, por exemplo, só é comemorado nos bairros católicos da cidade. Além disso, figuras do santo não são vistas nos pubs das regiões protestantes, mesmo com seus frequentadores se dizendo tipicamente irlandeses.
Belfast: museu a céu aberto
A boa notícia é que, ideologias à parte, as brigas acabaram, a segurança impera e tudo em torno do conflito se transformou em ponto turístico na capital da Irlanda do Norte, que virou uma espécie de museu a céu aberto. Sorte do visitante, que, além dos resquícios dos dias difíceis, encontra em Belfast uma série de lugares interessantes para visitar.
No centro, por exemplo, estão o Albert Memorial Clock, torre com um relógio no topo e que é ligeiramente inclinada, por causa do solo arenoso em que foi construída; o imponente prédio da prefeitura (City Hall), que pode ser visitado e fica especialmente bonito à noite, quando iluminado; o St George‟s Market, onde se pode provar pratos típicos de diversos países; e a Queen’s University Belfast, onde há um belo jardim botânico.
Dá para ver tudo isso em um único dia e reservar o fim da tarde para dar um pulo no belo Palácio de Sormont, sede do parlamento da Irlanda do Norte. À noite, é hora de provar ostras e frutos do mar no Deanes Howard Street, um dos restaurantes mais premiados de Belfast, com clima intimista e menu de cinco cursos a 35 libras.
Depois, ainda sobra tempo para passear na Commercial Ct, uma rua repleta de pubs divertidos, com destaque para o Duke of York. Uma das bandas de rock locais mais famosas no mundo, a Snow Patrol, tocou muito por lá.
Embarque no Titanic
No dia seguinte, é hora de conhecer o Titanic Quarter, uma região revitalizada que abriga o futurista prédio do Titanic Belfast, museu dedicado ao famoso RMS Titanic. Como se fosse uma atração da Disney World, você começa o tour a bordo de cadeirinhas que se deslocam por um trilho suspenso e o colocam dentro do antigo estaleiro da cidade, que ficava ali mesmo. Assim, descobre mais sobre o poder econômico da região no início do século 20 e o trabalho gigantesco exercido na construção do Titanic.
Depois, engenhocas futuristas colocam o visitante “dentro” do navio. Dá para visitar cabines recriadas das três classes de passageiros em que a embarcação se dividia, ver relatos do momento do acidente, ouvir depoimentos de sobreviventes e assistir a um filme que mostra a descoberta dos destroços naufragados.
No fim do passeio,é possível até se sentir um pouco como Leonardo di Capio e Kate Winslet, atores do principal filme inspirado na tragédia, e comprar itens em uma imensa loja temática do Titanic.
Ainda no Titanic Quarter, não deixe de visitar o SS Nomadic , navio que transportou os passageiros de primeira e segunda classe para o Titanic (o gigantão não conseguia aportar em Southampton, na Inglaterra, de onde partiu para a sua primeira viagem, então foi preciso recorrer a outro navio para possibilitar o embarque).
Durante o tour pelas dependências da embarcação, que se transformou em um museu, você fica sabendo que personalidades ilustres, como Charlie Chaplin e Elizabeth Taylor, estiveram ali durante alguns dos cruzeiros mais sofisticados de outros tempos, o que dá um charme especial ao roteiro.
Texto originalmente publicado na revista Viaje Mais Luxo, da Editora Europa.