Roteiro

O que fazer em Victoria Falls – Roteiro com atrações e dicas

  • Créditos/Foto:Paulo Basso Jr.
  • 08/Outubro/2025
  • Paulo Basso Jr.

Estava tudo ali, diante dos meus olhos: o rugido poderoso da água, o spray que se perdia no horizonte e o pôr do sol tingindo o céu de laranja sobre as Cataratas de Vitória, na fronteira da Zâmbia com o ZImbábue. Se você se pergunta o que fazer em Victoria Falls, prepare-se para uma experiência que mistura aventura, beleza natural e momentos inesquecíveis.

Neste guia completo, compartilho meu roteiro em Victoria Falls, com dicas de hospedagem dentro do parque, informações sobre vistos para Zâmbia e Zimbábue, melhores épocas para visitar e, claro, todas as atrações que tornam o lugar mágico – desde os mirantes no lado do Zimbábue até a Devil’s Pool, no lado da Zâmbia, passando por um cruzeiro safári ao pôr do sol no Rio Zambeze e experiências gastronômicas únicas que conectam você à cultura local.

Em poucos dias, você poderá sentir de perto a energia do sudoeste da África, observar girafas, zebras e elefantes, e entender por que Victoria Falls é uma das maiores maravilhas naturais do planeta. Este roteiro é perfeito para quem quer deixar a mesmice de lado e explorar, com muito conforto, o sudoeste da África.

O que fazer em Victoria Falls

Paulo Basso Jr.
O que fazer em Victoria Falls – Roteiro com atrações e dicas
Vista do pôr do sol desde o mirante Rainbow Lunar Point, no lado da Zâmbia

As Victoria Falls, conhecidas também como Cataratas de Vitória, estão entre as quedas d’água mais impressionantes do mundo. Com cerca de 108 metros de altura e 1.700 metros de extensão, formam a maior “cortina líquida” do planeta em um cânion talhado por milhões de anos pelo Rio Zambeze, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbábue. O espetáculo da água caindo, gerando nuvens de spray que se avistam a quilômetros de distância, é uma experiência que mexe com todos os sentidos.

Pela grandiosidade e importância natural, as Victoria Falls são consideradas Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Visitá-las não é barato, mas um pacote de três ou quatro em um dos bons hotéis locais, com direito a passeios e alimentação, não sai mais caro do que uma viagem à Flórida (EUA), por exemplo.

Zâmbia

O parque nacional do lado da Zâmbia, chamado de Mosi-oa-Tunya (Fumaça que Troveja), concentra trilhas mais próximas das quedas e permite aventuras únicas. É o caso da visita à famosa Devil’s Pool, piscina natural situada em uma ilhota chamada Livingstone Island, que fica localizada de forma pitoresca bem na borda das principais cataratas do pedaço.

É do lado da Zâmbia (Zam, como eles chamam) que fica a maioria das quedas, embora as melhores vistas estão no Zimbábue. No período seco, que vai de maio a outubro, vê-se pouca água por essas bandas, mas ainda assim há muito o que fazer por lá.

Zimbábue

O lado do Zimbábue (Zim), batizado de Parque Nacional de Victoria Falls, oferece os melhores mirantes para contemplar o conjunto completo das cataratas e aproveitar uma estrutura turística maior, com restaurante e loja. O volume de água visto do outro lado é tão grande que, mesmo no período seco, observa-se diversas cataratas por aqui. Na época molhada (de novembro a abril), então, nem se fala. Às vezes, o spray d’água é tão alto que não dá para enxergar direito o cânion.

Por conta dessas características, na hora de decidir o que fazer em Victoria Falls, o ideal é preparar um roteiro que inclua tours tanto na Zâmbia quanto no Zimbábue. Só assim você aproveitará ao máximo tudo que a região tem a oferecer.

Como chegar às Victoria Falls

Paulo Basso Jr.
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Victoria Falls International Airport

Chegar às Victoria Falls é mais fácil do que parece. O caminho mais prático é voar para a pequena cidade de Victoria Falls, no Zimbábue, a partir de Joanesburgo ou Cidade do Cabo, na África do Sul, que contam com voos diretos regulares saindo de São Paulo.

Quem chega ao Victoria Falls International Airport pode pegar transfers ou táxis (não tem Uber por lá) para o hotel, sobretudo caso se hospede na cidade de Victoria Falls, no Zimbábue.

Para quem vai ao Parque Nacional de Mosi-oa-Tunya ou ao município de Livingstone, na Zâmbia, dá para seguir de táxi até a Victoria Falls Bridge (que tem uma famosa plataforma de bungee jump bem ao centro, no exato ponto da divisa entre os países), atravessar a ponte a pé, passar pelos postos de controle de imigração e, de lá, rumar para a hospedagem.

Embora o caminho relatado acima seja o mais econômico, optei pelo transporte privado oferecido desde o aeroporto pelo próprio Avani Victoria Falls Hotel – e o recomendo: o motorista nos acompanhou em cada passo, até mesmo na checagem de documentos nos dois países, o que me passou segurança, já que a área é um pouco bagunçada.

Visto para Zâmbia e Zimbábue

Paulo Basso Jr.
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Victoria Falls Bridge, a ponte que separa a Zâmbia do Zimbábue

Para visitar as Victoria Falls, é importante checar todos os documentos com antecedência. O passaporte, por exemplo, deve ter validade mínima de seis meses e é preciso apresentar certificado de vacinação contra febre amarela.

Tanto a Zâmbia quanto o Zimbábue exigem ainda um visto, que pode ser emitido na hora nos postos de imigração ou online pelo site oficial eVisa. O processo eletrônico é simples, rápido e evita filas ao chegar lá.

Minha dica é optar pelo visto de múltiplas entradas, válido por um mês em diversos países da região. Assim, é possível não apenas explorar os dois lados das cataratas – Zâmbia e Zimbábue –, como também estender a viagem para nações vizinhas, caso queira incluir experiências extras. A apenas uma hora de carro do Zimbábue, por exemplo, fica o Chobe National Park, em Botsuana, ideal para safáris, e a cerca de três horas, você pode chegar à Namíbia.

Seguro viagem 

Paulo Basso Jr.
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O olhar do hipopótamo no Rio Zambeze alerta: é sempre bom fazer um seguro viagem antes de viajar

Ao viajar para a África, não deixe de fazer um seguro viagem. Afinal, os custos com saúde fora do Brasil costumam ser caríssimos e todos estão sujeitos a imprevistos. Isso sem contar problemas como extravio de bagagem e voos cancelados.

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Onde ficar em Victoria Falls

Paulo Basso Jr.
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O Avani Victoria Falls Hotel tem uma linda e autêntica arquitetura

Ao planejar um roteiro em Victoria Falls, é importante escolher bem a hospedagem, pois ela pode transformar completamente a experiência. É possível ficar nas cidades mais próximas das cataratas – Victoria Falls, no Zimbábue, com mais infraestrutura turística, ou Livingstone, na Zâmbia –, com opções mais econômicas e convenientes para quem pretende explorar restaurantes e lojas locais. Confira aqui.

No entanto, para aproveitar ao máximo as Cataratas de Vitória, minha dica é ficar dentro do parque nacional, onde a proximidade com as trilhas e mirantes oferece experiências únicas. Sem contar a confiança na organização dos tours. O investimento é um pouco maior, mas se puder, nem pense duas vezes, pois faz toda a diferença.

Depois de muita pesquisa, decidi ficar no Avani Victoria Falls Hotel, dentro do Parque Nacional de Mosi-oa-Tunya, do lado da Zâmbia. E não me arrependi nem um pouco.

Avani Victoria Falls Hotel

Paulo Basso Jr.
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Quarto do Avani Victoria Falls Hotel

Entre as opções dentro dos parques nacionais, o Avani Victoria Falls Hotel, na Zâmbia, é a menos cara. Autêntico, oferece uma experiência completa de imersão na natureza africana. Localizado a 500 metros da Victoria Falls Bridge e a três minutos a pé do acesso às trilhas do Parque Nacional de Mosi-oa-Tunya, o hotel permite que você alcance mirantes e até a Devil’s Pool com muita facilidade. Ali mesmo dá para contratar passeios guiados, sobrevoos e cruzeiros em estilo safári pelo Rio Zambeze.

Os quartos são modernos e confortáveis, muitos deles com vista para a piscina, e a arquitetura do hotel, que remete à histórica cidade de Timbuktu, no Mali, cria um ambiente acolhedor e elegante, com prédios baixos, vidros amplos e paredes de terracota. No Avani, os hóspedes podem desfrutar de experiências exclusivas, como piqueniques privados com zebras e girafas, refeições no estilo boma e jantares personalizados à beira das cataratas. Isso

O hotel também oferece serviço de transporte privado desde o aeroporto, ajudando na passagem pela imigração entre Zâmbia e Zimbábue, tornando toda a logística da viagem mais tranquila. É a escolha perfeita para quem quer estar no coração da natureza e ter acesso privilegiado às atrações sem abrir mão de conforto.

Zebra na piscina

Paulo Basso Jr.
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Zebra bebendo água na piscina do Avani Victoria Falls Hotel

Para se ter uma ideia do quanto isso é verdade, tão logo deixei a bagagem no quarto, reparei que havia uma grande porta de vidro voltada para o jardim. Nela, um singelo recado: “Mantenha a fechadura travada, para evitar a entrada de macacos”. Algo, porém, fez eu desprezar a recomendação e abri-la imediatamente: na beira da piscina, a cerca de dez passos da acomodação, uma zebra bebia água na piscina. Assim mesmo, numa boa!

Enquanto tirava fotos, reparei que os demais hóspedes, inclusive os que estavam nadando praticamente ao lado do animal, não estavam nem um pouco chocados, como eu. Descobriria o motivo mais tarde: aquela cena é corriqueira no Avani, uma vez que o hotel fica dentro do parque e seu terreno é diariamente frequentado não apenas por zebras e macacos-verde africanos, mas também por impalas, mangustos (da família dos suricatos) e girafas.

De fato, vi todos eles, muitas vezes, nos dias seguintes. Inclusive mais zebras bebendo água na piscina e macacos tentando furtar comida no café da manhã, mas sem sucesso por conta da ágil presença dos funcionários.

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Royal Livingstone Victoria Falls Zambia Hotel by Anantara

Paulo Basso Jr.
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Girafas no jardim do Royal Livingstone Hotel

Para quem busca uma opção ainda mais luxuosa, o Royal Livingstone Hotel, vizinho do Avani, é ótima pedida. Também dentro do parque nacional, oferece serviços premium, jardins exuberantes e acomodações sofisticadas, com acesso exclusivo aos principais pontos de observação das cataratas.

Fui dar uma volta nele e fiquei encantado. De cara, vi algumas zebras e nada menos que cinco girafas passeando livremente pelo jardim do hotel. Algumas delas estavam tão próximas dos prédios de apartamento que fiquei imaginando a sensação de acordar de manhã, abrir a cortina e dar de frente com uma pescoçudinha daquelas. É de se beliscar para ver se não está sonhando.

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Outras opções

Caso prefira ficar fora dos parques nacionais, confira aqui as melhores opções de hospedagem em Victoria Falls, com preços e avaliações de hóspedes.

Quando ir às Victoria Falls

Paulo Basso Jr.
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Main Falls, as principais cataratas de Victoria Falls, no período seco

Escolher a época certa para visitar as Victoria Falls faz toda a diferença no roteiro em Victoria Falls. A região apresenta duas estações bem definidas: a seca, de maio a outubro, e a chuvosa, de novembro a abril.

Estação seca

Entre maio e outubro, durante a estação seca, a vazão do Rio Zambeze é menor, especialmente no lado da Zâmbia. Esse, porém, foi o período em que eu estive lá e, ainda assim, fiquei encantado com tudo que vi.

Embora não seja a melhor época para observar o volume de água das cataratas em seu esplendor, há uma experiência que só pode ser vivenciada quando a correnteza está fraca: a chance de mergulhar na Devil’s Pool (Piscina do Diabo) e chegar à borda (mesmo!) de uma poderosa cachoeira, atividade que mais tarde se tornaria um dos pontos mais altos, literalmente, do meu roteiro. Mais abaixo, conto os detalhes.

Estação cheia

No período cheio ou molhado, entre março e abril, o espetáculo das Cataratas de Vitória atinge o ápice: o volume de água é gigantesco, o spray cobre grande parte dos mirantes e a sensação é de estar diante de uma cortina d’água colossal.

“Se você ficou encantado no período seco, precisa vir no cheio, quando o spray d’água é tão grande que, às vezes, nem dá para ver o outro lado”, disse Godfrey Masule, supervisor de alimentos e bebidas do Avani Victoria Falls Hotel. “Parece estar chovendo o tempo todo num raio de quilômetros. Você tem que voltar para conferir, vale muito a pena ”, completou.

Como sempre digo, é bom ter motivos para voltar para algum lugar. E esse é mais do que suficiente para me convencer.

Atrações em Victoria Falls

Paulo Basso Jr.
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Vista das cataratas no período seco desde mirante na Zâmbia

O que não faltam são atrações em Victoria Falls. Plural, o destino oferece experiências para todos os gostos: aventura, natureza, vida selvagem e cultura local.

Um roteiro em Victoria Falls completo pode ser feito em dois dias, embora três sejam ideais para aproveitar os principais pontos turísticos com mais calma. Para quem deseja incluir um safári em Botsuana, no Chobe National Park, vale adicionar mais um dia à programação.

As atividades se dividem entre os dois lados das cataratas – Zimbábue e Zâmbia – e incluem passeios panorâmicos, aventuras radicais, cruzeiros pelo Rio Zambeze e experiências gastronômicas únicas. Eu nem listei abaixo opções que não tive tempo de conferir, como rafting, bungee jump, sobrevoos e passeios de trem, mas é fácil contratar tudo isso nas agências locais, que trabalham em conjunto com os hotéis.

Abaixo, conto em detalhes o que fazer em Victoria Falls com base na minha experiência por lá. Experiência essa, por sinal, que foi uma das mais incríveis da minha vida, mesmo trabalhando há mais de 20 anos como jornalista de viagens e tendo visitado mais de 50 países em todos os continentes.

1. Lado do Zimbábue das Victoria Falls

Paulo Basso Jr.
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Main Falls vistas do lado do Zimbábue, em mirante próximo a Devil’s Cataract

O lado do Zimbábue das Victoria Falls funciona das 6h às 18h e é mais turístico por permitir a observação de grande quantidade de água mesmo durante o período seco. Isso porque, tal qual ocorre em Iguaçu, onde a Argentina abriga a maioria das quedas, mas o Brasil conta com as melhores vistas, a Zâmbia concentra mais cachoeiras e o Zimbábue, os melhores mirantes.

A diferença é que, na maravilha natural africana, a distribuição do parque nacional não se dá exatamente com uma face do cânion para cada país, já que o rio corre em ziguezague e a fronteira atravessa o desfiladeiro. Assim, só com a ajuda de guias e mapas você consegue saber exatamente qual país está observando.

Maior e mais organizado, o Parque Nacional de Victoria Falls, como é chamado do lado Zim, tem lojas, restaurantes e trilhas bem demarcadas que levam a diversos mirantes. O ingresso, porém, é mais salgado: US$ 50 por pessoa (na Zâmbia, custa US$ 20).

Passeio guiado

Daniela Piffer
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Vale a pena contratar um guia para fazer o tour em Victoria Falls

Como eu estava no Avani Victoria Falls Hotel e tinha que atravessar a fronteira para chegar lá, optei pelo passeio guiado oferecido pela agência Bushtracks, que custa US$ 60,90 mais o valor de entrada no parque. Eles te pegam no hotel em qualquer um dos países, ajudam com o processo da imigração e promovem tours tanto no Zimbábue quanto na Zâmbia.

Experiente, o guia Tafadzwa – cujo nome, segundo me contou, significa “Nós Somos Felizes” –, indicou atravessar a fronteira o mais cedo possível, quando há menos visitantes, e fazer o passeio do lado Zim no sentido leste-oeste, caminho inverso ao escolhido pela maioria dos turistas.

“Por ímpeto, quem entra no parque vai diretamente para o primeiro mirante listado no mapa, mas é melhor começar pelo último. Dessa forma, você encontra pontos mais vazios, caminha com menos sol e, no final do trajeto, já está a poucos metros do portão de saída”, recomendou.

Principais mirantes

Paulo Basso Jr.
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Horseshoe Falls vistas do lado Zim

Em pouco mais de uma hora dá para ir a todos os mirantes principais, dos quais dá para ver as Rainbow Falls, as Horseshoe Falls, as Main Falls e a Devil’s Cataract de diversos ângulos. O barulho é ensurdecedor e o spray sobe alto, ao ponto de, mesmo no período seco, molhar quem está do outro lado. Em certos trechos, principalmente diante das Main Falls, parece estar chovendo forte.

Em volta das trilhas, a vegetação se exibe de forma exuberante. Há diversos pequenos microclimas, nos quais despontam árvores como figueiras e gameleiras – estas últimas, famosas por crescer sobre outras lançando suas raízes até o solo para “estrangulá-las” até a morte.

Em meio ao verde da mata, o branco da espuma d’água em queda constante e o marrom do cânion, há também marcas da presença humana, como uma estátua de David Livingstone, explorador escocês que, em 1855, “descobriu as Victoria Falls” e batizou a região em homenagem à então Rainha da Inglaterra, Victoria. Mais tarde, ele morreria de malária.

2. Lado da Zâmbia das Victoria Falls

Paulo Basso Jr.
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Eastern Cataract com Rainbow Falls ao fundo vistas do lado Zam

Explorar o lado da Zâmbia das Victoria Falls é uma experiência completamente diferente, mas igualmente fascinante. Conhecido como Mosi-oa-Tunya, ou “Fumaça que Troveja”, esse lado, que também fica aberto para o público regular das 6h às 18h, oferece trilhas mais próximas das quedas e permite vivências únicas, como chegar bem perto da água e, dependendo da época, até acessar a famosa Devil’s Pool.

O ingresso do lado da Zâmbia das cataratas custa US$ 20, mas quem se hospeda no Avani Victoria Falls Hotel tem acesso gratuito. Basta apresentar o cartão do quarto em uma entrada exclusiva que fica praticamente dentro do hotel. Foi o meu caso, e posso garantir: o som da água se aproximando já começa a emocionar antes mesmo de avistar as cachoeiras.

Principais mirantes

Paulo Basso Jr.
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Vista de Victoria Falls do lado da Zâmbia durante o período seco

Em cerca de 30 minutos, é possível visitar os principais mirantes, como a Knife-Edge Bridge, de onde se avista, de um lado, as Eastern Cataract e as Rainbow Falls, principais quedas d’água do pedaço, e do outro, o The Boiling Point, onde o Rio Zambeze faz uma curva antes de mergulhar no Desfiladeiro de Batoka, sobre o qual está a Victoria Falls Bridge. Como fui na estação seca, havia pouca água, mas ainda assim o cenário era deslumbrante.

3. Livingstone Island e Devil’s Pool

Paulo Basso Jr.
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Arco-íris se forma no spray d’água na Livingstone Island

Se existe uma experiência que define a sensação de estar em Victoria Falls, essa é a visita à Livingstone Island, onde fica a famosa – e temida – Devil’s Pool. A ilha está localizada na borda do cânion, no ponto exato onde o Rio Zambeze despenca para formar as principais quedas, conhecidas como Main Falls. Só é possível acessá-la com guias especializados e durante o período seco, quando a correnteza está bem fraca – geralmente, em outubro.

Contratei o tour em grupo através do concierge do Avani Victoria Falls Hotel, e o passeio, que incluía café da manhã, custou US$ 134 por pessoa. Após uma breve explicação sobre segurança, vestimos coletes salva-vidas, calçamos sapatilhas para andar na água (eles alugam por US$ 10 se você não tiver) e partimos de barco da ilha principal do Rio Zambeze rumo à borda do cânion. Em menos de dez minutos, já pude avistar quatro hipopótamos no rio, que emergiam de tempos em tempos, aumentando ainda mais a adrenalina do passeio.

Na beira da catarata

Paulo Basso Jr.
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Vista das Cataratas de Vitória desde a Livingstone Island no período seco

Já na Livingstone Island, há armário para deixar os pertences, uma tenda em que é servida a refeição quando o passeio acaba e local para trocar de roupa. Isso sem contar mirantes fantásticos, dos quais dá para ver algumas quedas bem de perto, quase sempre com um arco-íris dando o ar da graça.

Com todos prontos, é hora de seguir para uma caminhada dentro d’água, com condução feita por guias (os mais experientes da região, segundo os nativos) e cordas de apoio. O trajeto não é confortável, mas também não é difícil. Em cerca de cinco minutos, alcança-se a Devil’s Pool, que não é chamada de Piscina do Diabo à toa.

Tinha visto algumas fotos e vídeos antes do passeio, o que foi suficiente para me deixar aterrorizado. Isso porque ela fica, sem qualquer tipo de exagero, na margem do desfiladeiro, onde uma majestosa cachoeira com mais de 100 metros de altura começa a se formar.

Segurança e trabalho dos guias

Paulo Basso Jr.
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Guias especializados tiram fotos e seguram os turistas na borda da catarata

A despeito de a correnteza estar fraca, ficar ali com a água despencando pelo cânion a centímetros de distância é algo que mexe com os nervos de qualquer um. Mas, apesar do medo, me apeguei ao fato de que não há na região quem não sustente que os guias respeitam muito a natureza e que jamais houve um acidente nos passeios conduzidos pelos profissionais.

De fato, eles dominam o território e conduzem lentamente cada turista até a borda da Devil’s Pool. Um guia fica dentro d’água, orientando a não levantar as pernas caso peixinhos a belisquem – algo que acontece o tempo todo. Ele também é responsável por segurar os pés dos aventureiros, que podem sentar-se e deitar-se de frente e de costas em uma elevação rochosa bem na margem da catarata. Para se ter uma ideia, quem tem coragem pode esticar os braços sobre o desfiladeiro, como se fosse voar (ou, no caso, cair).

Outro guia, que carrega previamente o celular da galera em uma bolsa, fica em pé na borda da piscina natural e registra, com fotos e vídeos, o momento espetacular. O melhor de tudo é que ele não economiza nos cliques.

Como é a experiência

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Devil’s Pool: sim, eu fui

Com quatro casais, meu grupo passou cerca de 20 minutos na Devil’s Pool. Fui o primeiro a ser guiado até a borda. Tudo que tive que fazer foi soltar o corpo e deixar a correnteza me levar. A protuberância da rocha e o guia impedem que você avance mais do que deve, transmitindo uma boa dose de segurança.

Confesso que temi muito esse momento, mas uma vez ali, aproveitei cada segundo. Estar por cima de uma cachoeira, olhando precipício abaixo e vendo o spray d’água dar vida a um longo e insistente arco-íris, é algo que jamais esquecerei.

4. Cruzeiro safári ao pôr do sol no Rio Zambeze

Paulo Basso Jr.
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É incrível ver os elefantes de perto. Machos com presas de marfim, fêmeas e bebês

Embarquei em um cruzeiro safári pelo Rio Zambeze ao pôr do sol, também organizado pelo Avani Victoria Falls Hotel. Realizado em um barco de dois andares, com bar e confortáveis poltronas voltadas para o lado de fora, o tour que inclui bebidas alcóolicas e algumas comidinhas custa US$ 100 por pessoa.

Minha maior fome, porém, era a de ver animais selvagens. Mas com exceção de um crocodilo, uma impala e alguns pássaros, eles demoraram a aparecer. Quase uma hora tinha se passado e confesso que, apesar da imersão na linda paisagem, estava ficando um pouco entediado.

Até que, de repente, a Dani, minha esposa, avistou com um binóculo um elefante. Ninguém no barco ainda o tinha visto. “Eles geralmente andam em bando”, comentou entusiasmada. E eis que, poucos metros adiante, apareceram mais nove deles, entre machos com longas presas de marfim, fêmeas e dois bebês.

A comoção foi geral. Passamos longos minutos observando aqueles gigantes fofos na margem do rio, se refrescando e caminhando de um lado para o outro antes de sumirem mata adentro.

Pôr do sol e hipopótamos

Paulo Basso Jr.
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Cruzeiro safári ao pôr do sol no Rio Zambeze

O barco, então, deu meia-volta e se posicionou para que todos observassem o sol, feito uma bola de fogo, se despedir do dia ao horizonte. Há quem diga – e com razão – que não há pôr do sol igual ao da África. A paisagem é efetivamente digna das que você, provavelmente, já presenciou em documentários da National Geographic. Com a diferença de que, ao vivo, fica ainda mais bonita.

O crepúsculo ainda mal havia se anunciado quando ao lado do barco, no rio, olhos hipnotizantes começaram a me observar. Ali estavam três hipopótamos, imergindo de tempos em tempos e denunciando, através de bolhas de ar, que colocariam novamente parte da cabeça fora d’água. Enormes, lindos e mortíferos, os animais pareciam avisar que, a partir dali, o Zambeze era só deles.

Hora então de voltar para a van, pegar a estrada novamente e seguir para o hotel. Só não esperava enfrentar um pouco de trânsito, mas o motivo era mais do que justo: um elefante estava atravessando a rodovia. “Mais um dia comum nestas paragens africanas”, disse o motorista.

5. Jantar nas cataratas

Paulo Basso Jr.
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Jantar exclusivo com vista para as Victoria Falls

Uma das experiências mais memoráveis do meu roteiro em Victoria Falls foi um jantar exclusivo preparado à beira das cataratas depois que o parque é fechado para o público regular. Organizada pelo Avani Victoria Falls Hotel, a refeição foi montada no Rainbow Lunar Point View, um mirante privilegiado do lado da Zâmbia, onde o som e a energia da água caindo tornam a refeição ainda mais especial.

O jantar custou US$ 225 por pessoa e incluiu um braai africano, típico churrasco feito com carvão, preparado pelo chef Tuwan Halikeen Mohamed, que já trabalhou em restaurante estrelado no Burj Al Arab, hotel icônico de Dubai. A experiência foi organizada de forma privada, garantindo que apenas eu, a Dani e alguns funcionários estivéssemos presentes, tornando o momento intimista e exclusivo.

Paisagem dos sonhos

Paulo Basso Jr.
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Cardápio é preparado por chef do Avani Hotel Victoria Falls, que trabalhou em restaurante Michelin

Enquanto apreciávamos entradas, pratos principais e sobremesas, a vista proporcionava uma sensação única de imersão na natureza. Estava tudo ali, diante dos nossos olhos.

No cânion, algumas quedas-d’água despencavam graciosamente pelo penhasco até formarem um spray e se perderem de vista no horizonte. Ao pôr do sol, o céu exibia um laranja tão estarrecedor que até um trem, que avançava lentamente sobre a cênica Victoria Falls Bridge – ponte que separa a Zâmbia do Zimbábue –, resolveu parar para assistir ao espetáculo e ali permaneceu por algumas horas.

Para mim, esse jantar não foi apenas uma refeição, mas uma celebração da África, combinando sabores locais, técnica culinária de alto nível e uma paisagem inesquecível. É, sem dúvida, uma das experiências que recomendo para quem quer vivenciar o lado mais exclusivo e emocionante das Victoria Falls.

6. Mukumi Boma

Paulo Basso Jr.
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Apresentação musical durante o Mukumi Boma, no Avani Victoria Falls Hotel

Outro destaque do lado da Zâmbia é o Mukumi Boma, jantar típico realizado no Avani Victoria Falls Hotel, que combina gastronomia local com apresentações culturais ao ar livre. A experiência custa US$ 65 por pessoa e inclui bebidas não alcoólicas, proporcionando um mergulho completo na cultura zambiana.

O jantar acontece em meio a uma réplica de vila tribal, com lojas de artesanato e mesas postas em frente a um palco, onde músicos e dançarinos se apresentam com instrumentos de percussão, como tambores e xilofones. Durante o espetáculo, homens engolem fogo e há performances de entidades tradicionais, convidando os turistas a participar da festa e se envolver com a cultura local. Até mesmo túnicas são entregues para todos os participantes se ambientarem.

Comidas exóticas

Paulo Basso Jr.
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Ifishimu, comida exótica da Zâmbia com lagartas secas

Em um bufê enorme, é possível servir-se de saladas, sopas, carnes grelhadas (inclusive de crocodilo), peixes de água doce e legumes assados. Isso sem contar alguns pratos típicos da Zâmbia, como ifisashi, legumes cozidos com amendoim; salada kapenta, feita com pequenos peixes secos e frescos; e o exótico vinkubala, lagartas comestíveis muito apreciadas por lá. Cozidas e depois secas, lembram um salgadinho, com um sabor que não consigo definir melhor do que “esquisito”.

Aproveitei também para provar o nshima, massa de milho com aparência de purê de batata, que acompanha quase todas as refeições no país; o impwa, vegetal parente da berinjela, chikanda, feito de raízes de orquídeas selvagens que são secas e moídas em farinha, com textura que lembra carne; e o jollof rice, arroz preparado com tomates, cebolas e pimentas, muito saboroso.

Pratos tradicionais

Paulo Basso Jr.
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Bufê também conta com pratos tradicionais, como arroz branco, salada, peixes e carnes

Se tudo isso for demais para você, não se preocupe: há também pratos tradicionais, como saladas, arroz branco, batata cozida, frango, bife, bisteca de porco e um delicioso (porém espinhento) peixe frito chamado brema, da família das carpas.

Se sobrar espaço para a sobremesa, minha dica é a mousse de mubuyu, feita a partir do fruto do baobá, ou o malva pudding, que parece um bolinho fofo da vovó servido com calda quente de baunilha. E ainda dá para fazer um brinde com uma cerveja local, como a Mosi, ou ariscar uma dose de Chibwantu, bebida feita de milho e raízes de plantas da espécie Munkoyo.

7. Piquenique no Avani Hotel Victoria Falls

Paulo Basso Jr.
O que fazer em Victoria Falls – Roteiro com atrações e dicas
Zebra e girafas (inclusive uma bebê) durante o piquenique no Avani Victoria Falls Hotel

Quem se hospeda no Avani Victoria Falls Hotel também pode fazer um piquenique exclusivo em uma ilha privativa situada dentro do hotel, acessada por uma pequena ponte. A experiência intimista custa US$ 85 por casal. A refeição incluiu pães, queijos, saladas, rolinhos primavera, fritas, peixe, frango, frutas e doces, acompanhados de espumante e drinques.

Como se não bastasse – e certamente porque deixaram alimentos por lá –, algumas zebras (inclusive uma bebê) e uma girafa adolescente surgiram em uma das margens do lago. E ali ficaram o tempo todo à nossa vista.

Apesar de a situação não ser exatamente natural, achei interessante a postura de respeito dos funcionários com os animais. Ninguém chega perto, ninguém toca e eles ficam, basicamente, onde bem entendem.

Roteiro de 2 dias em Victoria Falls

Paulo Basso Jr.
O que fazer em Victoria Falls – Roteiro com atrações e dicas
Devils Cataract, no Zimbábue

Mesmo com apenas dois dias em Victoria Falls, é possível vivenciar as principais atrações e experiências que tornam esse destino único. Aqui está um roteiro completo, combinando aventura, contemplação, gastronomia e vida selvagem:

Dia 1 – Lado Zim

Paulo Basso Jr.
O que fazer em Victoria Falls – Roteiro com atrações e dicas
Manada de elefantes vista durante cruzeiro safári no Rio Zambeze
  • Lado do Zimbábue das Victoria Falls – Visita aos principais mirantes do parque nacional, com possibilidade de contratar tour guiado para aproveitar melhor o tempo e cruzar a fronteira sem complicações. Em pouco mais de uma hora dá para avistar ass Rainbow Falls, as Horseshoe Falls, as Main Falls e a Devil’s Cataract de diversos ângulos.
  • Cruzeiro ao pôr do sol no Rio Zambeze – Faça um safári de barco para contemplar o pôr do sol e avistar animais como elefantes, hipopótamos e crocodilos.
  • Jantar nas cataratas – Caso fique em um hotel dentro do parque, contrate uma experiência privada organizada em um mirante depois que o parque fecha para o público regular, com braai africano preparado por chef renomado, contemplando as cataratas ao entardecer.

Dia 2 – Lado Zam

Daniela Piffer
O que fazer em Victoria Falls – Roteiro com atrações e dicas
Mmirante do lado Zam das cataratas
  • Livingstone Island e Devil’s Pool – Aventura guiada na ilha e na piscina natural que fica na borda do desfiladeiro, com fotos registradas pelos guias. Importante: só dá para realizar este passeio em alguns dias da estação seca, sobretudo em outubro.
  • Trilhas do Mosi-oa-Tunya – Explore os principais mirantes, como o da ponte Knife-Edge Bridge. Ali, dá para observar as Rainbow Falls, a Eastern Cataract e o The Boiling Point, apreciando o som e o spray das quedas d’água.
  • Mukumi Boma – Jantar típico africano, com danças, música, performances culturais e pratos tradicionais da Zâmbia, como ifisashi, ifishimu, nshima e jollof rice. É realizado no Avani Victoria Falls Hotel.

Este roteiro de dois dias permite explorar ambos os lados das Victoria Falls, vivenciar aventuras únicas como a Devil’s Pool (na estação seca) e ver animais selvagens, além de desfrutar de experiências gastronômicas e culturais que tornam a viagem completa. Para quem tiver mais tempo, a dica é adicionar um dia extra para fazer um safári em Botsuana, no Chobe National Park, a apenas uma hora de carro. Diversas agências na região organizam o tour.

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