Por Paulo Basso Jr.
Primeiro, foram os reis da Bavária. Depois, o ditador Adolf Hitler, sua companheira, Eva Braun, e outros líderes nazistas. Assim, Berchtesgaden, aos pés da Watzmann, segunda montanha mais alta da Alemanha, com 2.713 metros de altura, ficou marcada como reduto e refúgio de personalidades históricas, que elegeram a região para escapar da agitação das grandes cidades e procurar algum sossego no inverno – no caso de Hitler, especialmente durante a Segunda Guerra Mundial.
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Onde fica Berchtesgaden
Hoje, a cidadezinha nos Alpes bávaros, localizada no sul da Alemanha, a 120 km de Munique e a 25 km da austríaca Salzburgo, serve como um excelente destino para quem busca a calma e a tranquilidade de um vilarejo típico das montanhas. Além disso, oferece infraestrutura completa para a prática de esqui e outros esportes de neve.
Declarado Reserva da Biosfera pela Unesco em 1990, o Parque Nacional Berchtesgaden é morada de diversas espécies de animais e guarda paisagens belíssimas, como as do lago Königssee, que pode ser visitado de barco.
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Muitas vezes, o tour é acompanhado por um saxofonista, que toca o instrumento em meio ao vale que cerca o lago, reverberando o som. O barco em seguida para em uma ilha, onde fica a pitoresca igreja de São Bartolomeu, com paredes brancas e pequenas abóbodas vermelhas.
Outro destaque de Berchtesgaden são as minas de sal que movimentam a economia da região. Em uma delas você encara um longo escorregador para chegar à mina, o que agrada principalmente às crianças. O local também conta com lindas capelas feitas de sal.
Berchtesgaden de Hitler
O diferencial histórico, no entanto, acaba servindo como um atrativo a mais aos viajantes que vão a Berchtesgaden. Isso porque foi no complexo montanhoso de Obersalzberg que o führer mandou erguer o Berghof, sua residência oficial na região, destruída em um ataque aliado em 1945.
Além da casa de Hitler, foram levantadas no pedaço durante a Segunda Guerra Mundial diversas moradias para outros membros importantes do partido nazista. Escritórios da Gestapo (polícia secreta) e do serviço de segurança do Reich também marcaram a história na região.
Até hoje, Berchtesgaden guarda um bunker, muito procurado por turistas, sobretudo norte-americanos. O complexo de túneis subterrâneos de 2.775 metros, com intrincados corredores, 79 salas e 4.120 m2, foi entalhado na rocha para proteger os nazistas de eventuais ataques dos inimigos aliados.
Bunker de Berchtesgaden
O ataque aéreo protagonizado pelos aliados em 1945 destruiu boa parte do quartel-general montado em Berchtesgaden, mas o bunker resistiu e hoje é um dos poucos lugares mantidos na forma quase original. Alguns espaços dele foram transformados em salas de vídeos e fotos para mostrar a história aos viajantes, mas apenas 10% dos túneis estão abertos à visitação.
Acima dos túneis, resta apenas a casa de hóspedes, onde funciona um museu que conta a história do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial. Quadros do führer brincando com animais, auto-falantes em que se pode ouvir discursos de Hitler e objetos pessoais de líderes nazistas, como uma adaga de condecoração, fazem parte da exposição.
Para muitas pessoas, o passeio dá um pouco de nó no estômago, já que é bastante rico em detalhes históricos. Não há, entretanto, qualquer apologia política no ambiente, muito pelo contrário. O objetivo da exibição, segundo a curadoria do espaço, é deixar a história viva para que as pessoas entendam como funcionava a mentalidade dos nazistas da Alemanha e nunca mais a imitem.
Ninho da Águia
No topo da montanha Kehlstein, a 1.834 metros de altitude, Berchtesgaden abriga outro símbolo nazista, o Ninho de Águia (Kehlsteinhaus), obra entregue a Hitler como presente por seu aniversário de 50 anos, em 1939. Mas o ditador reclamava do ar rarefeito do topo da montanha e esteve no local apenas três vezes na vida, apesar de ter mandado levantar um luxuoso elevador com detalhes em bronze cortando verticalmente a rocha da montanha para sua conveniência.
Após a Segunda Guerra Mundial, soldados aliados encontraram no local alguns depósitos fechados com milhares de garrafas dos melhores vinhos franceses, além de quadros e outras obras de arte, tudo saqueado dos países invadidos e dos judeus. O Ninho da Águia então passou a ter acesso restrito até 1996, quando foi devolvido pelos Estados Unidos à Alemanha.
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Em 1999, a área de Obersalzberg foi reaberta para visitação, sob a alegação que o local tinha grande valor para os amantes da natureza. O edifício em que funcionava o Ninho da Águia se transformou em museu e, posteriormente, um pitoresco restaurante, que serve especialidades da Bavária, como salsichas e cerveja.
Dali do alto, o raio de visão pode alcançar até 200 km. São belas paisagens e ares que, hoje, fazem Berchtesgaden respirar bem mais aliviada.
Texto adaptado de original publicado no livro 50 Lugares Inesquecíveis de Inverno, da coleção Viaje Mais, parceira do Rota de Férias.
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